OAB Parauapebas e deputada paraense denunciam Goiano por intolerância religiosa


A intolerância religiosa é crime e será enfrentada com firmeza e responsabilidade pelas instituições democráticas”. É dessa forma, enfática, que a subseccional da Ordem dos Advogados do Brasil, em Parauapebas, finaliza a nota de repúdio ao prefeito Aurélio Goiano pelas “falas preconceituosas e discriminatórias, que atentam contra o princípio constitucional da laicidade do Estado e desrespeitam as religiões de matriz africana, em clara afronta à diversidade religiosa garantida pela Constituição Federal de 1988, especialmente em seu artigo 5º, inciso VI”.

Em sessão extraordinária realizada nesta quarta-feira (18), a diretoria do Conselho da instituição também aprovou, à unanimidade, que irá adotar as “medidas cabíveis” contra o prefeito. Entre essas medidas, será enviado ofício ao Ministério Público do Pará (MPPA) e à Seccional da OAB, no Estado, “para que atuem em conjunto na apuração dos fatos e responsabilização de eventuais condutas ilícitas”, informa a nota assinada pelo presidente da Seccional de Parauapebas, Guilherme de Oliveira Mello.

“Reiteramos nosso compromisso com a defesa da dignidade da pessoa humana, com o respeito à diversidade e com a promoção de uma cultura de paz e tolerância. Atos e discursos que promovam o preconceito não encontrarão silêncio ou omissão por parte desta entidade”, adverte a Ordem, que reforça: o Brasil não possui religião oficial, não podendo favorecer ou prejudicar nenhuma religião em particular.

Na sessão ordinária da Câmara da última terça-feira (17), o líder do Governo na Casa, vereador Léo Márcio (SD) afirmou, da tribuna, que até a filha dele de 8 anos de idade “sabe que isso é crime”. O comentário se deu em meio a várias manifestações de repúdio às falas de Aurélio Goiano.

Do outro lado, lideranças e representantes das religiões de matriz afro em Parauapebas acompanhavam o posicionamento dos vereadores. Algumas manifestações parlamentares foram tímidas. Outras, porém, mais enfáticas, também com repúdio a Goiano. “Não é pelo fato de ser evangélica que a gente deve destilar o ódio, destilar o crime. Porque realmente é um crime”, atestou a vereadora Érica Ribeiro (PSDB).

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